Ontem passei por uma experiência que, confesso, embora não fosse nova, teve contornos diferentes.
Ontem conheci um lado de alguém que me magoa, me faz irritar e fazer birras e estava partido ao meio para me ajudar e ajudar a esposa. Ás 6h da manha, andava a limpar a água da minha casa. Tive uma brutal queda na casa de banho, parti o autoclismo, magoei costelas e estava despida ainda por cima. Arrastei-me ao telefone, vestiu-me, organizou os documentos. As 4h lá me foi buscar ao hospital.
Quando chegámos, escrevi-lhe um sms a pedir ajuda para arrumar aquilo, esqueci-me de clicar no "enviar" mas ele apareceu de balde e esfregona em punho... Só agora percebi que não havia enviado a mensagem. Não percebo porque não somos pessoas, pessoas no mais puro e apurado sentido da palavra... Percebo que somo muito inflenciados pela sociedade e os seus demónios mas, ao contar este episódio, percebo que começam a escassear e que cada um de nós acha que é boa pessoa.
Sim e acredito que essa pessoa tome posições que acha correctas. No entanto, eu, e sou apenas eu, penso que o umbigo dos outros também conta, penso que a capacidade de perceber que o outro age assim porque assim se sente bem, ou mal, não nos dá o direito de o julgarmos.
Dou o exemplo de alguém chegar perto de mim a chorar, há alguns anos que faço isto, eu nunca pergunto: "O que se passa?", pergunto apenas se posso ajudar. Talvez por não ser curiosa ou por achar que se puder ajudar, é muito mais importante do que fazer a pessoa reviver o que a atormenta. Não sou perfeita, obvio, até pelos meus posts se vê bem o que sou quando odeio mas tento. Tento mesmo. E se a crise afecta as nossas compras, os nossos jantares em restaurantes, para quê criarmos uma crise de valores e falta de entre ajuda?
NÃO SOU SUPERIOR, SUPERO-ME!