Absorve-me mas em várias fracções

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Pedro Paixão

Um dos meus favoritos, professor de filosofia, a bipolaridade fê-lo afastar-se mas continuou a escrever e a ter fãs, muitos fãs.

Leu o meu blog, pediu-me mais material, eu fiquei gaga, depois caí de telefone em punho e depois chorei. (era amigo de um professor muito atencioso).

Um excêntrico, um criativo, um génio que tem livros acessíveis, pequenos mas que me marcam a ferro e fogo. Alma, dor, desejo, de tudo há em paixão e em Pedro Paixão

Para descrever uma pessoa é preciso compreendê-la e para a compreender tem de existir uma afinidade de carácter e de conduta. É preciso um ladrão para reconhecer outro, e só um inocente compreende a inocência. Compreender alguém é, na realidade, sê-lo. Daqui resulta a paradoxal verdade de uma pessoa ser incapaz de se conhecer a si própria: isso requereria sair de si e tomar-se como um objecto de estudo, o que é contraditório.

 

Escrever pode ser uma transitória paixão, uma obsessão compulsiva, uma estratégia para afastar o tédio, uma vingança servida a escaldar, um esforço em atrasar a morte, a ilusão de, ao ser lido, poder romper o isolamento em que se está, um possível meio para enriquecer. Escrever serve também para exorcizar uma maldição, expiar uma ofensa, encontrar sentido onde apenas se encontra uma sucessão desordenada de factos. E muitas outras coisas, sem alcançar a que mais importa, porque é a que melhor se esconde e odeia a publicidade. Se não tivesse escrito, provavelmente não teria sobrevivido.

 



Sem comentários:

Enviar um comentário

Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.Nietzsche
Deixa aqui algum bálsamo.