Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem, Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: <> Deus sabe, porque o escreveu.
sábado, 12 de dezembro de 2009
Não sei quantas almas tenho, Fernando Pessoa
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Excelente este seu espaço. Qualidade literária e fotográfica.
ResponderEliminarObrigada joão. Um beijo
ResponderEliminarja me senti assim, hoje em dia só tenho uma alminha mas muitos estados de espirito... consome demasiado uma pessoa aturar varias almas.
ResponderEliminarAdoro Fernando Pessoa..
ResponderEliminarEspero que entretanto já nos possas dar um sorriso =)
BJ**
Então e uma alma para muitos corpos? dá pobrezinhos de espirito!!!
ResponderEliminarJá estou sorridente, esta merda de gostar de mim é uma maravilha...