terça-feira, 8 de dezembro de 2009
amantes
Tudo renegarei menos o afecto,
e trago um ceptro e uma coroa,
o primeiro de ferro, a segunda de urze,
para ser o rei efémero
desse amor único e breve
que se dilui em partidas
e se fragmenta em perguntas
iguais às das amantes
que a claridade atordoa e converte.
Deixa-me reinar em ti
o tempo apenas de um relâmpago
a incendiar a erva seca dos cumes.
E se tiver que montar guarda,
que seja em redor do teu sono,
num êxtase de lábios sobre a relva,
num delírio de beijos sobre o ventre,
num assombro de dedos sob a roupa.
Eu estava morto e não sabia, sabes,
que há um tempo dentro deste tempo
para renascermos com os corais
e sermos eternos na sofreguidão de um instante.
José Jorge Letria, in "Variantes do Oiro"
NÃO SOU SUPERIOR, SUPERO-ME!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
ainda estou a pensar se gostei ou nao do texto, acho que preciso de ler mais sobre o autor... a foto esta demais sensual qb!!!
ResponderEliminarEntão pensa com carinho, eu gostei do texto, e da foto que há muito tenho guardada mas não a tinha ainda utilizado. Beijo
ResponderEliminar