Absorve-me mas em várias fracções

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

animal mulher


“As mulheres carregam nos olhos os fogos dos sete infernos. Pode-se pegar na carne delas, qualquer trecho do corpo: é quente. Não será do sol do mundo. É das antiquíssimas labaredas, que elas atravessam sem se queimar.
Mas o fogo aquece-as para sempre e a cintilância das labaredas perdura, anzol ou garra de ar.
As mulheres quando morrem vão, mas voltam vestidas de outras peles e de outros cabelos para continuar os serviços lá delas. O diabo autoriza quando estão no ponto: “Voltem”. O diabo sabe o que faz. Aí elas se misturam de novo no meio dos povos e o aroma delas é de raízes silvestres. As curvas feitas nas ancas são cavadas pessoalmente pelo diabo que recheia muito bem recheada a parede das ancas. Ele mira e remira as ancas e satisfeito sorri, o hábil oleiro.
O diabo ensina as artes de falar; de sorrir; de prometer; de chorar; de aliciar; de imantar, de fingir, até elas alcançarem a sabedoria: para ir deixando um rastro de estragos.
Dizem que há exceções. Quanto a essa parte não sei.” Haroldo Maranhão (escritor brasileiro - 1927-2004)
NÃO SOU SUPERIOR, SUPERO-ME!

13 comentários:

  1. Não sei se todas as mulheres serão assim. São muito mais, certamente, multi-facetadas, fogo e gelo em doses variadas de mulher para mulher. Mas sendo todas algo mais do que apenas isso, não deveria ser nenhuma nunca menos, nunca despida desse fogo, desse desejo, dessas manhas que desde o início dos tempos levam o homem a desafiar o seu destino, a inventar tecnologias e mundos novos, a cego caminhar consciente rumo ao abismo, como conduzidos por um qualquer flautista ou simplesmente pelo canto sedutor de uma sereia com corpo de mulher.

    ResponderEliminar
  2. ui eu sabia que a mulher é fruto do demo, ainda bem que sou budista!
    seja como for para mim serão sempre uma tentação mas entre O homem e a mulher venha o diabo e escolha

    ResponderEliminar
  3. deixa acreditar um gajo para dar valor ao paraiso tem de passar uns Tempos no inferno, e alha adorei o meu inferno dantesco !

    ResponderEliminar
  4. Inferno dantesco... Olha que bela ideia proporcionar um, bem quentinho...

    ResponderEliminar
  5. Parati, com diabinhas, para os filhos da puta, com dragões a cuspirem-lhe fogo... (uma cuspidela bastava)

    ResponderEliminar
  6. Já que se fala aqui de um inferno dantesco - sempre gostei da expressão -,um vulcão, não daqueles adormecidos, não totalmente, mas com um fogo tão iminente que bastava um pouco de lenha para a fogueira para iniciar um imenso fogo de artifício.

    ResponderEliminar

Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.Nietzsche
Deixa aqui algum bálsamo.