Absorve-me mas em várias fracções

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Inconformada

No meu palco a noite começa, às 19:24h. Pés frios, um joelho magoado, terra no carro e água que não é chuva.
Água daquela que sai de olhos azuis e castanhos, águas que nunca se deveriam ter derramado. Mais uma vez nos casquilhos mas de um parque eólico, continuo a ver o que não quero, a sentir o que não gosto. A sentir que posso fazer mais, ser mais. Eu sou mais.
Eu sou.
Eu olho.
Eu vejo o azul dos faróis numa curva e sei exactamente de onde vens e para onde vais.
Não é preciso amar para ver o que está mal no mundo.
Não é preciso amar para ver o que vai no oceano dos teus olhos azuis.
Vai.
Foi.
Estiveste, Sentiste
Absorveste
Surreal
Para mim, banal, para ti, um bolo para quem se contenta com uma fatia do pão de há 3 dias.
Compreensão eu tenho,. percebem que eu não percebo que as pessoas se acomodam. Mas e se eu não me acomodar?
Jamais me acomodarei
Jamais serei banal
Deixa mais terra no carro, e que choca com a água mas vive. Sente, respira, sê amado, rasga a carne, rasga as folhas da vida que te fazem mal.

Sou o que quiseres... quando eu quiser.

11 comentários:

  1. P O É T I C O
    .
    Deixo um abraço

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  2. Gostei imenso deste texto e a imagem que o acompanha está fabulosa! =)
    Beijinhos

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  3. Pois aqui esta uma boa prova de como escrever um denso e profundo texto.
    A descrição da saudade está aqui
    Perfeita. Molhada como aquela água que sai dos olhos.
    Uma aula de como escrever bem.
    Um texto forte e duro. Saudoso. A saudade é assim... como terra nos pés!

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Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.Nietzsche
Deixa aqui algum bálsamo.